terça-feira, 18 de setembro de 2012

JOMARD MUNIZ DE BRITTO

No final de agosto esteve no Rio de Janeiro o professor, crítico de cultura, cineasta, filósofo pop, prosador, autor dos famosos Atentados Poéticos, tropicalista de primeira hora, objeto de teses e de ensaios de críticos nacionais e internacionais, Jomard Muniz de Britto. 
Jomard veio a convite dos organizadores do IV Seminário de Pesquisadores do Programa de Pós-graduação em Artes, da UERJ, para participar do Seminário Práticas Antropoêmicas na Arte e na Cultura, que se realizou no auditório Cartola daquela Universidade.
Trouxe na bagagem exemplares de A Língua dos três Pppês: poesia, política e pedagogia, livro com que foi homenageado no III Seminário Nacional de Arte-Educação pelo SESC - Piedade de Pernambuco, organizado por Antonio Edson Cadengue e Igor de Almeida Silva e reúne uma antologia de textos publicados entre 1967 e 2009 através dos quais participou ativamente da vida cultural do Recife.
Mas não é apenas na luz do pensamento, do conhecimento e do ensino que passeia Jomard. É a rua que o seduz, as pessoas que encontra, as que são atingidas pelos seus atentados poéticos e ficam imediamente subjugadas por aquela figura que traz algo de novo, que oferece perguntas que marcam as pessoas, que o tornam inesquecível. Talvez por isso Jomard seja hoje a figura mais popular do Recife. Os mais velhos o conhecem porque é depositário de um grande saber; os mais moços se identificam porque é ele, justamente, setentonto, como se autodenomina, aquele que expressa melhor a noção de liberdade e crítica; mas não só a noção, também a ação, que pode ser apenas uma caminhada pela manhã ou em alguma intervenção para a qual seja chamado a participar. Não há dúvida de que ele é o que mais cativa e o que mais confunde, e ao confundir, esclarece questões relativas à educação, música, sexo ou política.
Jomard não é o tipo de pessoa que se possa resumir. Jomard é muito, é demais,  é incansável na busca, amoroso no sentimento, versátil frente ao mundo.
O livro, as inúmeras entrevistas de que já foi objeto, o filme de Lucy Alcântara (versão desautorizada), o falar com as pessoas da rua, fazem de Jomard um filósofo peculiaruma vez que a filosofia, hoje, é coisa por demais elitista para que seja do gosto do poeta.
Pois essa grande figura preparava-se para a sua palestra no campus da UERJ quando a polícia, chamada pela Reitoria para desbaratar uma greve de servidores, entrou no campus e dissolveu o movimento com meia dúzia de tiros. A direção da Universidade, para colaborar com a ordem, mandou apagar a luz dos prédios.
Sem espaço ou diálogo, os organizadores transferiram o evento para um bar nas imediações da Universidade.  Mas Jomard não se alterou. Ele já passou por muita coisa, já foi preso, já foi reprimido (ou aposentado pela ditadura) e não se deixa abalar. É um homem do mundo, e mais do que isso, é um homem que compreende o mundo. É, será, eternamente agora. 




atentadospoéticos@yahoo.com



segunda-feira, 17 de setembro de 2012

CARMEN MORENO






Estréia dia 24 de setembro no Teatro Finep a peça de autoria da escritora Carmen Moreno, que a cada dia se impõe como um talento de múltiplos recursos.
Porque deixei de te amar é o novo trabalho da autora e já mereceu o prêmio Stanislaw Ponte Preta, da Rioarte.

O Espaço Finep fica na Praia do Flamengo, 200 e o espetáculo, em duas sessões, começa às 18h30min e 21min.
Você, que já se acostumou com a última reforma ortográfica, não se espante. Estréia e idéia, por exemplo, são palavras que precisam de acento. É o acento que lhes confere importância. Sem ele, são palavras vãs. E Carmen Moreno, certamente, não escreve palavras vãs.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

LUIZ BACELLAR


Recebi com muita tristeza a notícia da morte de Luiz Bacellar, em 9 de setembro, que só chegou por aqui ontem, via Diego Mendes Souza. 
Conheci Luiz Bacellar pela mão da amiga Astrid Cabral, ambos pertencentes       ao famoso Clube da Madrugada, quando pude constatar, como ela já me afirmara, o grande poeta que era. Um intelectual no sentido lato, espirituoso, às vezes mordaz, mas sempre o crítico inteligente, patrimônio da cultura amazonense. Admirado por poetas, popular entre leitores, Bacellar teve uma vida longa dedicada à poesia. 

Transcrevo, e já com atraso, o texto de Adrino Aragão sobre a poesia de Luiz Bacellar, viva além das datas que marcam nascimento e morte. Bacellar enfrentou a doença e morreu logo depois de completar 84 anos.

"Ele era um nobre perdido em uma cidade sem nenhuma grandeza, e essa luz aristocrática se apagou" (Márcio Souza)

Luiz Bacellar é, dentre os expressivos poetas amazonenses, o mais aclamado pelas elites, estudantes e populares de Manaus. Mas, ao contrário do que possa parecer, sua poesia não é tão simples, de fácil consumo. Artesão da palavra, carpinteiro do verso, Bacellar constrói cada poema com rigor formal e forte densidade temática, numa linguagem refinada, primorosa.

Como explicar o sucesso de um poeta sério como Luiz Bacellar que não faz poesia em função do mercado? Mistérios da poesia, da arte? Talvez. Quem sabe uma resposta ao mercado do livro que aí está: a boa literatura brasileira existe; há, sim, leitores para a poesia, o conto, o romance, a novela de nossos escritores.

A verdade é que são 50 anos de trabalho poético de Luiz Bacellar. Frauta de barro, seu livro de estreia, na correta afirmação do poeta e crítico literário professor Tenório Telles, “é um marco na evolução da literatura que se faz no Amazonas”.

De formação clássica e espírito de renovação estética modernista, Bacellar pôde construir, com admirável liberdade (já a partir desse livro) algo de novo na dicção lírica de sua poesia. E que haveria de se ampliar em livros posteriores. Canta o poeta em “Variações sobre um prólogo”: “Em menino achei um dia/ bem no fundo de um surrão/ um frio tubo de argila/ e fui feliz desde então; // rude e doce melodia/ quando me pus a soprá-lo/ jorrou límpida e tranquila/ como água por um gargalo. // E mesmo que toda a gente/ fique rindo, duvidando/ destas estórias que narro, // não me importo: vou contente/ toscamente improvisando/ na minha frauta de barro.// É o tema recomeçado/ na minha vária canção.”

Enquanto muitos destroem o passado com a ânsia de criar o novo, o moderno, o poeta Luiz Bacellar mantém forte diálogo com a tradição, elege a memória como tema em muitos de seus textos poéticos. Sem saudosismos. O passado tem o sentido de memória, de registro - seja de denúncia ou crítica (quase sempre bem-humorada) contra o silêncio do descaso, do abandono, da “insanidade de um presente” que flagela e aniquila as fontes de nossa história. Como nos versos de “Balada da rua da Conceição”: “Vão derrubar vinte casas/ na rua da Conceição./ Vão derrubar as mangueiras/ e as fachadas de azulejo/ da rua da Conceição./ (Onde irão morar os ratos/ de ventre gordo e pelado?/ e a saparia canora da rua da Conceição?” O poeta, por vezes, estende o olhar sobre gentes humildes, os esquecidos, como em “Lavadeiras”, poema do mais fino lirismo, comparável a de um Jorge de Lima: “A roupa nos varais panda flutuando,/ com seus laivos de anil coando a brisa,/ até parece ávida nau cortando/ o mar azul que a leve espuma frisa.// O vento timoneiro vai guiando/ e o sol nas bolhas de sabão se irisa/ enquanto as lavadeiras vão cantando/ a torcer e a bater na tábua lisa”. Aliás, como um Midas, Bacellar consegue transformar em filigranas de poesia as coisas mais comuns, por exemplo, um simples isqueiro, vejam: “Se, na pedra, acordo estrelas/ com um golpe do polegar,/ a chama, só para vê-las,/ já se levanta a bailar”.

Frauta de barro tem ainda outro mérito. Deu ao poeta Luiz Bacellar o prêmio Olavo Bilac, da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro (1959). Na comissão julgadora do concurso estavam dois dos maiores poetas brasileiros, Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira. Pode haver reconhecimento maior que este, para qualquer escritor?

Mas Luiz Bacellar não é poeta de um livro só. Outros foram publicados. Cada um deles revela, de modo surpreendente, a performance desse poeta que tece poesia de altíssima qualidade.

Sol de feira é outro grande momento literário de Luiz Bacellar. Para início, o tema é originalíssimo, senão inusitado, na poética brasileira. Professor Ernesto Renan Freitas Pinto considerou o livro um “pomar real” que “nos ensina a admirar e saborear a rica coleção dos frutos da terra”. Vejo-o como telas do mais belo impressionismo. Mas, às vezes, parece escorrer, do rondel de cada fruta, um sumo mágico de canções: é quando me sinto arrebatado pelos acordes de uma sinfonia de Bach ou Handel. Por que não de Villa-Lobos? Como nos versos de “rondel da pitanga”: “Gracioso arbusto/ de folhas breves/ todo adornado/ de frutos leves/ como as caboclas/ do meu torrão/ e as notas loucas/ do meu violão// rubras miçangas/ rubis talhados/ de viva cor/ sois vós pitangas/ cristalizados/ beijos de amor”.

Há mais, muito mais. Por exemplo, um belíssimo poema musical longo, dividido em 33 partes – ou, como declara o poeta, sonata em si bemol menor para flauta, fagote, clarinete e oboé. Inclusive uma boa safra de haicais, em que o poeta reafirma o seu talento criativo. “Rajadas de chuva/ sobre o teto de alumínio:/ sons da lua cheia.” “Como um prisioneiro/ a lua me espia pelas/ grades do banheiro.” “Água resmungona.../ No tanque limoso/ o pulo da rã.” (Bashô)

A Editora Valer publicou (1998) as obras de Luiz Bacellar, reunidas em um só volume, com o título de Quarteto.

Vale a pena ler Luiz Bacellar. E conhecer, através de seus poemas, a trajetória luminosa do poeta amazonense, que atingiu o estado de excelência na poesia brasileira. Mais que isto. Ultrapassou a barreira do preestabelecido: ao lidar com elementos tradicionais, aprofunda o exato conceito de modernidade.

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domingo, 1 de julho de 2012

MIGUEL MOTTA


Querida gente, ya estará a punto de aparecer en librerías la más reciente novela de Miguel Motta (buen amigo y escritor salteño radicado en Montevideo),un trabajo por el que obtuvo el primer premio del concurso Narradores de Banda Oriental y la medalla de oro Juan José Morosoli.
Conociendo la firme escritura de Miguel, no dudo de los buenos momentos que traerán estas páginas.

Celebro muchísimo la feliz salida de esta obra, que comparto con una soleada tarde del verano barcelonés. 
Abrazos, Héctor 

A notícia da premiação eu já sabia. Faltava só a liberação da notícia. Héctor foi mais rápido que eu, mas não importa. Vale igual.
Hoje é 1º de julho, nascimento de Juan Carlos Onetti, escritor uruguaio de predileção de Miguel Motta.
Miguel Motta é natural de Salto, assim como o mestre do conto, Horacio Quiroga. E juntamente com o prêmio, de que nos dá conta o amigo Héctor Rosales, receberá também a medalha de ouro Juan José Morosoli, que tanto admira e tantas vezes leu. 
Pode parecer uma lista de acasos, mas certamente não é. Miguel é um escritor talentoso que bebeu em altas fontes. Não é este o primeiro prêmio que recebe, e seus livros são sempre fruto de um cuidadoso trabalho narrativo. Seu amor pela literatura, a dedicação e o rigor com que escreve resultam nessa grande e inenarrável sensação de júbilo que é receber o prêmio e contar de imediato com a edição de 4.500 exemplares das Edições Banda Oriental - uma editora tradicional no Uruguai e em grande parte responsável pelo alto índice de leitores naquele país.
Conhecemo-nos há alguns anos no Rio e desde então a amizade perdura, razão pela qual também é grande a minha alegria ao saber que mais uma vez seu talento foi reconhecido. 
Assim como Héctor o saúda na tarde de verão barcelonês, eu também o saúdo e vibro como ele, desejando-lhe as belezas do Rio, que ele tanto ama, nesse inverno com sol de verão e cantares de primavera.
Parabéns pelo filho querido - Hasta la cinta de llegada - e um abraço brasileiro a esse aguerrido escritor e querido amigo.

*Breviario de un mediocampista, (Banda Oriental, 1993); Código para una muerte (Banda oriental, 1995); Los días del agua, (Alfaguara, 2003). El jurado que premió su cuarta novela estuvo integrado por Alicia Torres, Óscar Brando y Alfredo Alzugarat.


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quarta-feira, 27 de junho de 2012

JACINTO FÁBIO CORRÊA

Jacinto Fábio Corrêa é um fenômeno. Com 10 livros de poesia publicados e um público fiel que lota os teatros onde normalmente faz seus lançamentos em espetáculos muito bem produzidos, não se deixa levar por modismos, nem se importa com que a mídia burra não o reconheça como fenômeno. Também não me consta que participe de concursos. Esses não são os seus objetivos. O que lhe interessa é criar, a partir de temas bem definidos, universos que explora até que se transformem em livros sempre muito criativos. Feito isso, parte logo para nova empreitada, com igual entusiasmo. É, ao mesmo tempo, um criador e um trabalhador da poesia. Nesse campo, então, ainda mais raro, exercita, com o olhar perspicaz e sempre afetuoso, uma grande qualidade que é sugerir e apontar soluções para problemas que o poeta às vezes não vê, embebido que esteve em transformar em palavras o seu pensamento. Eu diria que ele é um mestre no acabamento. 
O grupo de oficina permanente que freqüenta na casa da poeta Adele Weber é testemunha do que digo.
Por acaso, o que Jacinto faz neste mundo é ser jornalista e publicitário, diretor de Planejamento e Comunicação do SENAC nacional. Mas isso é apenas por acaso. Talvez seja verdade que tenha sido posto ali para que desse modo fique mais ligado ao mundo. Se o deixassem sem amarras, Jacinto talvez voasse, e não o teríamos por perto. O que também não seria justo.
Estão convidados, portanto, para sábado, conhecer Casa de Algaços, o novo abraço de Jacinto,
que não é de perder. 


para saber mais sobre o autor, visite www.jacintocorrea.com.br


sexta-feira, 22 de junho de 2012

VANESSA BUFFONE & LUCIEN ELSEN

Uma coisa boa que me aconteceu num maio que já vai quase longe foi a estréia no palco da minha querida amiga e poeta Vanessa Buffone, que saiu de Salvador para Ibiza e retomou com vontade sua vocação cênica.
Também me enche de orgulho saber que ela leva a poesia aos presos de Ibiza. E lá estão eles aprendendo a falar de si mesmos, escolhendo as próprias palavras, descobrindo que há neles alguma coisa além de tristeza e maus tratos; que cada vida é essencial.








Lucien Elsen & Vanessa Buffone
present
Salar - John W. Pain & The Mermaid


Absurd Theater Clown Performance,
powered by Eric d’Bont.


26th May 2012, Saturday, 9:30pm
at Bont's International Clown School,
Carretera de San Josep, Ibiza, Spain.
+34 971 801 585
Ei-la em sua casa marroquina, pensando e vivendo arte
e liberdade

[ VERSOS ALEXANDRINOS ] II




"[Os Versos Alexandrinos] configuram um profícuo encontro entre dois artistas múltiplos, uma conspícua viagem pelas veredas mútuas da música e da poesia (e vice-verso!), repletas de visualidade!" (Prof. Antenor Fronte, filólogo e semiólogo da Unifandro)


Alexandre Guarnieri descobriu que palavras são as máscaras da fala. resolveu capturá-las. escolheu o livro como armadilha. foi quando nasceu seu primeiro filho, a "Casa das Máquinas" (2011, EP); Historiador da Arte (e a.-educador) pela UERJ; Mestre em Tecnologia da Imagem pela UFRJ; em horário comercial brinca com catracas musicais e engrenagens sonoras, nas horas vagas é trabalhador árduo (carimba e assina como quem assassina). e vice-avesso.
"Através de um refrator, Alexandre Dacosta tem uma visão panorâmica da criação artística, sem fronteiras de linguagem. Sua obra tem o humor e a inteligência que vemos no ator e a poesia melódica e atonal que escutamos no compositor e cantor AD. A princípio parecem vários artistas, cada um na sua função específica. Após uma anatomização crítica, vemos o retrato-falado de um ser único, desdobrando-se em diversos heterônimos, como o mercúrio, líquido denso e fascinante, amálgama venenoso de temperatura eclética, que não perde sua essência sensível mesmo na infinita parte ínfima. E é nesta perícia plena de curiosidade que encontramos um artista contemporâneo, onde as regras são desajustadas e as réguas ilimitadas" (Miriam Ash, poeta e crítica de arte)

Alexandre Dacosta, artista visual, músico, compositor, cineasta, ator e poeta. Advindo da Geração 80 realizou 10 exposições individuais e mais de 70 coletivas no Brasil e no exterior, apresentando pinturas, esculturas, objetos ou instalações. Como cantor, músico e compositor, além de fazer trilhas sonoras para filmes e vídeos, está lançando o CD Livro "Adjetos” (Ed. 7 letras - Lado 7/ 2011) com canções para esculturas/ objetos). Como diretor e roteirista produziu 14 filmes de curta-metragem, sendo 6 ficções, 3 documentários e 5 experimentais. Como ator, participou de mais de 30 filmes, 17 peças de teatro e musicais, diversas minisséries, seriados e novelas. Como poeta, publicou [tecnopoética] (Ed. 7 Letras/ 2011) com poesias gráficas e poemas-objetos.
Alexandre Guarnieri, poeta, arte-educador habilitado em História da Arte pelo Instituto de Artes da UERJ, Mestre em Comunicação e Cultura pela Escola de Comunicação da UFRJ (ECO). Integrou, a partir de 1993, o movimento carioca da poesia falada. Fez parte da primeira formação do grupo performático "V de Verso", coordenado pelo poeta Chacal. Junto com o poeta Flávio Corrêa de Mello, coordenou o NCP (Núcleo de Criação Poética) do Sobrado Cultural, na zona norte do Rio, onde mantinham o recital mensal "Poesia no Sobrado". Publicou poemas em revistas e jornais, dentre eles o Panorama da Palavra (do qual foi colaborador), a Revista Urbana, O Carioca, La Isle.com, o Suplemento Literário de Minas Gerais. "Casa das Máquinas" (Ed. da Palavra/ 2011) é seu livro de estréia. Atualmente edita e colabora com a Revista de Poesia e Arte Contemporânea Mallarmargens.


Alexandre Guarnieri


Alexandre Dacosta

[ Versos Alexandrinos ]

Uma coisa é você escrever um livro. Não mais um livro, mas um livro planejado e pensado de longa data. Outra coisa é construir um livro. Não editar, apenas, mas pensá-lo por inteiro, no sentido de que haja poesia em tudo. E tudo isso junto é Alexandre Guarnieri.
Recebo cumprimentos como editora de Alexandre Guarnieri, mas não deixo de esclarecer que o mérito do projeto gráfico do livro pertence a ele que, não bastasse isso, também roteirizou e montou o vídeo que faz parte do poema-show [ versos alexandrinos ] que apresenta com Alexandre Dacosta.

Não conhecia Alexandre Dacosta e fiquei também bastante impressionada com a sua poesia que é também
arquitetura e surpresa. Juntos, trazem algo realmente inventivo para os palcos da poesia, tão dilacerados.

Na mesma noite, no Auditório Cartola, no Centro Cultural da UERJ, lançaram seus livros Casa das Máquinas, e [ Tecnopoética ], respectivamente.


O auditório estava cheio. Lá fora rolava um funk pesado. Havia banquinhas e muita gente bebendo. Era mesmo muita gente. Tipo qualquer feira. E eu pensando: essa música (que é de música chamada) numa universidade. E o sertanejo universitário? Quais são as chances?

Mas isso sou eu e minhas idéias. O importante é assistir os Versos Alexandrinos dos dois Alexandres que se
identificaram e seguem inventando.



 [ Tecnopoética ]
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